23 junho 2012

A História do Planeta Maldek - Parte 5 e Final


O COMANDO DO PRÍNCIPE ANDART


A primeira ordem de Andart foi "Parem a matança em Miradol imediatamente. O general Hantbo-Crob respondeu: 

A matança em Miradol parou, meu senhor. Não há mais ninguém para matar.

Andart disse então: Procure príncipe Sant e o traga para cá. Remova todos os cadáveres do palácio e das áreas circunvizinhas. Mande seus soldados realizar suas eutanásias a pelo menos oito quilômetros do palácio. Ponha Her-Rood na cama com um guarda para protegê-lo. 


Providencie aposentos para mim e minha esposa. Encontre-me um ou mais desses traquianos que fazem espionagem para os nodianos. Não os fira; quero que entrem em contato telepático com os nodianos para nós. 

Foram necessários mais de três dias para retirar os cadáveres do palácio e de seu terreno. Andart e eu éramos mantidos informados a cada hora quanto ao estado de Her-Rood. Durante a noite de nosso quarto dia como os únicos governantes supremos da Terra, príncipe Sant e seu amigo nodiano Opatel chegaram num carro aéreo graciano de sua propriedade. Foi durante essa visita que Opatel tomou sob sua proteção Nizor de Moor e o operador nodiano de espaço-naves Sivmer-Binen. 

Sant informou-nos que vários anciãos maldequianos não tinham cometido suicídio, sendo diversos deles de hierarquia real mais elevada que Andart e ele. Disse que devíamos esperar a chegada deles dentro de dois dias. As ordens deles para Sant foram: Diga àquele darmin, Andart, para imediatamente parar de dar ordens como um príncipe quain. Coloque Her-Rood de volta no comando, não importa quais sejam suas condições físicas e mentais. Estamos declarando lei marcial. Rolander e seu irmão Sharber devem ser considerados os generais krate de mais alta patente.

Não demorou nada para Her-Rood voltar a se embriagar. 

Passava o tempo principalmente supervisionando execuções, como as dos gracianos Itocot-Talan e seu neto Tixer-Chock.

Os anciãos de Maldec não apareceram no palácio de Her-Rood, como nos disseram, mas Rolander e Sharber sim.

Assumiram o controle de todas as divisões do governo e começaram a reorganizá-las. Sant ficou encarregado de tratar com os nodianos e qualquer cultura de outro mundo que pudesse ter interesse na Terra ou em nossas severas medidas de recuperação. Andart foi incumbido da tarefa de não perder de vista os milhões de seres de outros mundos (marcianos, sumerianos, waydianos e traquianos) que o nodianos estavam despejando no planeta. Seu trabalho resumia-se, na verdade, apenas a contar as pessoas e verificar onde estavam morando. 

A POLÍTICA MALDEQUIANA PARA OS SERES DE OUTROS MUNDOS 

Com o correr do tempo (aproximadamente dois anos) as coisas praticamente voltaram a ser como eram antes da explosão de Maldec. Certo dia, Andart e eu fomos convidados para um banquete realizado em honra dos nodianos Opatel Cre‘ ator e da esposa de seu irmão Rayatis, Aranella Cre‘ator. Era uma mulher de maneiras majestosas e muito bela, e escutou atentamente tudo o que foi dito naquela noite por Rolander, Sharber e Her-Rood. Durante o banquete, um krate veio lhe oferecer uma almofada, sendo asperamente empurrado pelo guarda-costas dela, o marciano Sharmarie. O marciano estava a ponto de espancar o krate com a pistola até a morte por ter se aproximado sem a permissão de sua patroa.

A Senhora Cre‘ ator rapidamente fez um sinal para o marciano que, acanhado, guardou sua arma no coldre e então passou a bater no krate com a almofada e a chutá-lo no traseiro até que ele saiu correndo da sala. Não fora pelo desejo de Rolander e de Sharber de não ofender os visitantes nodianos, Sharmarie teria sido atacado por tantos krates quantos fossem necessários para matá-lo. (Sharmarie acrescenta: Não havia número suficiente deles num raio de 160 quilômetros daquele lugar para dar conta do recado!) 

Em várias ocasiões, a Senhora Aranella visitou-me enquanto seu cunhado, Opatel, e Andart discutiam a situação da imigração de seres de outros mundos. O conselho regente maldequiano da Terra queria que a imigração de outros mundos parasse. Os nodianos mantinham-se firmes na opinião de que nós, maldequianos, causáramos o problema em primeiro lugar, sendo responsáveis por cuidar das pessoas agora sem lar do sistema solar. Os nodianos passaram, então, a nos ameaçar com medidas punitivas se de qualquer forma feríssemos deliberadamente os imigrantes. Essas ameaças não caíram bem com o conselho regente. Afinal de contas, eles tinham ouvido apenas o embaixador nodiano Opatel Cre‘ator fazendo essas ameaças em nome de seu meio-irmão desconhecido, Rayatis Cre‘ ator, bem como de outros dois nodianos invisíveis chamados Tare Vonnor e Carlus Domphey. Quem esses homens pensavam que eram‘?

Príncipe Sant, que visitara Nodia, fez o máximo para convencer o conselho regente a não subestimar os nodianos nem o que eles poderiam fazer. A resposta oficial do conselho regente ao príncipe Sant foi: Se estes nodianos só tomarem medidas sérias depois de buscar uma luz afirmativa de orientação divina do Criador de Tudo Aquilo Que Existe, então veremos se receberão essa orientação divina para nos atacar. Não acreditamos na existência de luzes de orientação divina. Acreditamos que os nodianos usam este mito apenas para justificar suas ações perante os outros. Caso as coisas não dêem certo em relação ao que fizerem aos outros, sempre podem dizer: O Criador de Tudo Aquilo Que Existe nos disse para fazer isto. Como acreditamos que os nodianos são oportunistas arrogantes que buscam apenas riqueza material, continuaremos a conduzir nossos assuntos na Terra como bem quisermos.

SENHORA CRE’ATOR VISITA DOY 

Num dia em que meu marido Andart estava viajando para longe de casa, a Senhora Cre‘ator veio visitar-me acompanhada apenas por Sharmarie, seu protetor marciano. Durante sua visita, conversamos sobre nossos respectivos mundos natais e sobre nossas próprias histórias pessoais de vida. Pouco tinha a dizer sobre meu mundo natal de Maldec, pois o deixara logo em seguida a meu despertar. Contei-lhe sobre minha mãe e irmã que pereceram quando Maldec foi destruído. Contudo, mesmo assim, eu pouco tinha a dizer sobre elas, pois vivera fisicamente em sua presença durante algumas semanas apenas. Ela nada disse quando lhe falei que respeitava a coragem de meu pai de tirar a própria vida depois que seus sonhos foram despedaçados junto com o mundo em que nascera. 

Ela me contou que nascera de pais pobres, mas fora selecionada pelo sábio nodiano Lincore para ir estudar, juntamente com outras crianças nodianas escolhidas, em sua escola especial. Foi na escola de Lincore que ela conheceu seu futuro marido Rayatis Cre‘ator, também uma criança de origem humilde. Na escola de Lincore, foi treinada para ser artista musical. Exerceu essa profissão por pouco tempo. 

Lembro-me de ter contado a Aranella que o povo da Terra frequentava escolas, mas nós, maldequianos, despertávamos sabendo ler e escrever nosso idioma nativo, e muitos de nós também despertávamos possuindo conhecimentos especiais com os quais outros de nossa espécie não despertavam. Posteriormente, os que não tinham esses conhecimentos aprendiam associando-se aos que os tinham. Contei-lhe também que minha irmã Sibrette despertara com o conhecimento pleno de representação e canto. Disse que eu acreditava que elas teriam gostado muito uma da outra se tivessem se conhecido.

A Senhora Cre‘ator perguntou-me, então, com que propósito de vida eu despertara. Era uma pergunta que ninguém jamais me fizera, nem eu mesma. Tentei pensar, mas só consegui responder: Não faço a menor idéia. Enquanto ela descrevia sua filha Falashakena, Sharmarie resmungou a meia voz. Aranella disse ao marciano: Você a ama e sente falta dela como eu. Admita. Sharmarie respondeu com profunda sinceridade na voz. Sim, eu a amo e sinto falta dela agora que ela se transformou numa jovem inteligente. 

Perguntei por que sua filha não viera com ela para a Terra. Contou-me que sua filha e o meio irmão mais velho, Dreyfas, quase nunca saiam do lado do pai. Os dois estavam sendo preparados para, algum dia, assumir o império comercial em rápida expansão do pai. Ao ouvir isso, Sharmarie disse: Que os els de luz nos protejam a todos.

Atrevi-me, então, a fazer à Senhora Cre‘ator duas perguntas que estavam me martelando a cabeça. Senhora Cre‘ator, seu marido, Trare Vonnor e Carlus Domphey atacariam a Terra e travariam guerra conosco, os maldequianos? Respondeu que o fariam imediatamente, sem qualquer hesitação caso recebessem uma luz afirmativa de orientação divina para assim proceder. Essa resposta levou à minha segunda pergunta, que foi: 

Você me contaria sinceramente se existem luzes de orientação divina e se elas podem ser recebidas por seres humanos? Replicou que as luzes de orientação divina eram uma realidade, podendo, contudo, ser alcançadas apenas por pessoas especiais que tivessem a capacidade de perceber a vontade divina do Criador de Tudo Aquilo Que Existe. Disse que Lincore, antigamente seu professor, tinha adquirido essa capacidade excepcional há muitos anos. 

A TEMPESTADE 

Andart não voltara para casa. A partir do amanhecer do oitavo dia de sua ausência, o céu começou a escurecer, fato acompanhado de raios e trovões. A eletricidade foi interrompida e eu não tinha nenhuma luz. Chamei os criados, mas eles não responderam a meus pedidos constantes. Acabei encontrando algumas velas e sentei-me num divã, fitando por uma janela a tempestade violenta.

Passaram-se horas e então ouvi uma batida alta na porta de meu apartamento. A princípio pensei que Andart voltara para casa. Quando abri a porta, de pé diante de mim estava o marciano Sharmarie. Perguntou se Senhora Cre‘ator estava comigo. Ficou muito desapontado ao descobrir que não estava. 

Pouco tempo depois, o encharcado e preocupado marciano disse: Venha comigo, Senhora Doy. Muitas partes do palácio estão desmoronando. Logo não será seguro ficar em qualquer lugar aqui. Não queria partir e provavelmente desencontra-me de Andart quando ele voltasse para casa, mas quando um grande galho de árvore atravessou voando a janela caindo na sala, resolvi partir. O vento e a chuva agora entravam na sala. 

Sharmarie e eu andamos pelos corredores escuros do palácio chamando a Senhora Cre‘ator e Opatel. Nossos gritos eram inúteis, pois eram abafados por outras vozes que na escuridão chamavam amigos e pessoas queridas, e convocavam criados a vir em seu auxilio. Logo começamos a bater e tropeçar em pessoas que tinham caído. Afinal alcançamos uma área do palácio com janelas que deixavam os clarões dos raios iluminar temporariamente nosso caminho. 

Ao se aproximar da entrada principal, Sharmarie pediu que parássemos para esperar que caíssem mais alguns raios. Pensou ter vislumbrado, à luz de um raio, a Senhora Cre‘ator em meio à multidão. Tinha razão. Na escuridão, ela estivera sem saber caminhando em nossa direção. Quando ela foi iluminada novamente, vimos que estava ao alcance da mão. Sem dizer palavra, Sharmarie colocou-nos as duas embaixo dos braços, carregando-nos para fora do edifício, onde nos colocou no chão, protegendo-nos com o corpo do vento e da chuva. 

A Senhora Cre‘ator perguntou a Sharmarie se ele sabia onde se encontrava Opatel. Ele respondeu-lhe não saber onde estava o cunhado dela, e sugeriu que ele poderia estar em sua espaço-nave. Notamos que havia um grande carro aéreo estacionado em frente ao palácio. Corremos até ele, reunindo-nos à multidão que tentava embarcar. Como demonstrou Sharmarie, é impossível ignorar um marciano aos berros brandindo uma pistola. Ele logo tomou a si a tarefa de selecionar quem teria permissão de permanecer ou embarcar no carro aéreo. Depois de expulsar vários krates do veículo e de afastar outro tanto deles do cano, mandou a Senhora Cre‘ator e a mim para a frente do carro com ordens de guardar-lhe um lugar. 

Assim que sua seleção pessoal de passageiros foi concluída, fechou a porta. 

Depois de ir para a frente do carro, gritou ao piloto terráqueo que levantasse vôo. Por ordem de Sharmarie, o piloto voou para o lugar em que a espaço-nave de Opatel Cre‘ator estacionara. Quando chegamos ao local, descobrimos que a nave se fora. Ficamos voando durante horas, até o exausto piloto já não conseguir manter o controle da nave que estava sendo atingida e muito avariada por escombros voadores de todo tipo. Ao aterrissar, a Senhora Cre‘ator e Sharmarie decidiram sair da nave e procurar algum outro tipo de abrigo. Decidi ficar a bordo do carro aéreo. Estava assustada demais para me mexer. 

Depois que meus amigos partiram, o carro começou a girar em cima da lama. As luzes elétricas do carro se apagaram. Então tudo, coisas e gente, que havia dentro do carro caiu para a parte de trás do veículo, fazendo essa parte tombar na beirada de um precipício muito alto. O carro aéreo chocou-se várias vezes contra a rampa do precipício antes de bater no solo rochoso do fundo. Na hora do impacto final do carro aéreo com o solo, meu pescoço se quebrou e eu morri instantaneamente. 

Este texto é parte do livro Conexões ET - Através de Olhos Alienigenas. Wesley H. Bateman, Telepata da Federação.





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