26 janeiro 2016

Incerteza e Verdade




Incerteza parece coisa de pouca monta, mas é assunto de importância fundamental no caminho de cada um.




As criaturas entram na instabilidade moral, habituam-se a ela, e passam ao domínio das forças negativas sem perceber. Dizem-se confiantes pela manhã e acabam indecisas à noite.

Frequentemente rogam em prece: 
- Senhor! Eis-me diante de tua vontade!...
Mostra-me o que devo fazer!.... 


E quando o Senhor lhes revela, através das circunstâncias, o quadro de serviço a expressar-se, conforme as necessidades a que se ajustam, exclamam em desconsolo: 

- Quem sou eu para realizar semelhante tarefa!  Não tenho forças.  Ai de mim que sou inútil!... 

Sabem que é preciso servir para se renovarem, mas paradoxalmente esperam renovar sem servir. Dispõem de verbo fácil e muitas vezes se proclamam inabilitadas para falar auxiliando a alguém nas construções do Espírito.  Possuem dedos ágeis, quais filtros inteligentes engastados nas mãos; entretanto, costumam asseverar-se inseguras na execução das boas obras. 

Ouvem preleções edificantes ou mergulham-se na assimilação de livros nobres, prometendo heroísmo para o dia seguinte, mas, passada a emoção, volvem à estaca zero, à maneira de viajante que desiste de avançar nos primeiros passos de qualquer jornada.  Louvam na rua o equilíbrio e a serenidade e, às vezes, dentro de casa, disputam campeonatos de irritação. 

O dever jaz à frente, a oportunidade de elevação  surge brilhando, os recursos enfileiram-se para o êxito e realizações chamam urgentes, mas preferem a fuga da obrigação sob o pretexto de que é

preciso cautela para evitar o mal, quando o bem francamente lhes bate à porta. 

Trabalho, ação, aprendizado, melhoria!... 

Não te ponhas à espera deles sob a imaginária  incapacidade de procurá-los, à vista de imperfeições e defeitos que te  marcaram ontem.  Realização pede apoio da fé. 

Mãos à obra.  Tudo o que serve para corrigir, elevar, educar e  construir, nasce primeiramente no esforço da vontade unida à decisão.

(Livro:Rumo Certo - Emanuel)

23 janeiro 2016

O Amor



O AMOR é substancia criadora e mantedora do Universo, constituído por essênia divina. É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte. Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.
Nunca perece, porque não entibia nem se enfraquece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.
Assim como o ar é indispensável para a existênia orgânica, o AMOR é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver.
É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.
Quando aparente de caráter sensualista, que busca apenas o prazer imediato - se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar à frustação.
Quando real, estruturado e maduro - que espera, estimula, renova - não se satura, é sempre novo, ideal, hamrônio, sem altibaixos emocionais. Une as pessoas, porque reune as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimentando o corpo e dulcificando o eu profundo.
O prazer legítimo decorre do AMOR pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.
O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fulgaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e dever ser vencidos.
Somente o AMOR real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresenem esporádicos.
A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança - ciúme, incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções - a necessidade de ser amado, caracterizam o estagio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.
A confiança, suave-doce e tranquila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica, a não posse, a não dependência, não exigênia, são benesses do AMOR pleno, pacificador, imorredouro.
Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, se alterem as manifestações da afetitividade do ser amado, o AMOR permanece libertador, confiante, indestrutivel.
Nunca se impõe porque é espontaneo como a própria vida e irradia-se mimetizando, contagiando de jubilos e paz.
Expande-se como um perfume que impregna, agradavel, suavemente, porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado...
O AMOR não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre porque vive no intimo do ser e não das gratificações que o amado oferece.
O AMOR DEVE SER SEMPRE O PONTO DE PARTIDA DE TODAS AS ASPIRAÇÕES E A ETAPA FINAL DE TODOS OS ANELOS HUMANOS