Dizem que é este arroubo que faz o coração disparar, o sangue fluir ao rosto, as pernas tremerem ante a visão do ser amado. Afirmam
que amar é abraçar forte e, abraçados, assistirem o sol se aconchegar
no poente, para adormecer até ser despertado pela manhã. Falam que o amor é este sentimento que emula o ser a escrever poemas, a declamar sonetos e compor serenatas...
Sim, tudo isto são expressões do amor. Do amor de um ser para o outro. Mãos que se entrelaçam, corpos que se aproximam, que se movimentam ao som da música que os embala. Abraços, beijos. Mas o amor verdadeiro é quando tudo isso persiste após anos de convivência.
Amar é sentir prazer de estar com o outro, ouvi-lo, acalentá-lo.
Nos dias tristes, o amor é a nota melódica que cantarola esperança em ouvidos atentos. É
fazer uma declaração de amor, cantando versos, depois que as rugas
fizeram arabescos na face e os cabelos se tingiram de neve e prata, ao
toque dos delicados dedos do tempo. Amar
é, depois de filhos crescidos, netos à vista, dançar à luz do luar, no
jardim da casa, na varanda do apartamento, observados por um céu de
estrelas.
Amar é surpreender o outro com uma flor, um mimo em data qualquer. É
sair para tomar um suco, um só, no mesmo copo, com dois canudinhos. Só
para poder encostar o nariz um no outro e os olhos sorrirem.
É repartir a pizza, para dividir as calorias. É tantas coisas pequenas, grandes, imensas...
É dizer: Deixe que eu faço.Você está tão cansada.
É
buscar as crianças, banhá-las, dar-lhes o lanche e quando ele chegar,
estar pronta para convidar: Vamos jantar só nós dois, em algum lugar?
É descobrir o que pode fazer o outro mais feliz. É preocupar-se com ele.
É comentar o novo penteado, elogiar a roupa nova.
É segurar a mão, no hospital, enquanto o ser amado convalesce.
É falar de esperança, acenando melhores dias, quando as sombras do desalento comparecem no céu familiar.
Amar
é ter tempo para assistir juntos um filme, comentar depois e...
assistir outra vez, para reviver as emoções positivas da primeira vez.
É lembrar do dia do aniversário, é surpreender.
Enfim, o amor verdadeiro é aquele que solidifica nos anos, amadurece no tempo e se perpetua pela vida afora.
Pense nisso e se pergunte se você ama de verdade.
Pense quando foi a última vez que fez uma declaração de amor, fez um elogio, deu um presente.
Quando foi a última vez que saiu para jantar, para dançar, para passear.
Quando foi a última vez que saíram de mãos dadas, que assistiram a um show de cabeças coladas uma à outra...
Pense.
E se descobrir que faz muito tempo, surpreenda seu amor ainda hoje.
Convide. Invente, mostre que em seu coração o sentimento sublime ainda vive forte, rijo, maravilhosamente presente.
Mas, faça isso, hoje.
Não estanque o gesto, nem perca a chance.
O amanhã poderá ser o momento que não chegue.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita v. 12, ed. Fep.
Em 22.03.2010.
Fonte: http://www.momento.com.br/