29 março 2016

Irmão da Natureza - S. Francisco de Assis





Falando a S. Francisco de Assis

Enquanto a sociedade estertorava nas guerras cruentas de dominação de povos e vidas, sentiste a necessidade de lutar pela Pátria, evitando o abuso daqueles que consideravam com o direito a escravizar os seus irmãos. Não compreendendo a luta que deverias travar, pensaste que as glórias antevistas em sonho referiam-se aos tesouros terrestres, e para melhor compreenderes o amor do Cristo, marchaste para a defesa dos fracos, pensando em servir a Deus e ao país.

Nascido para a paz, jamais poderias combater com armas destruidoras, e por isso tombaste prisioneiro dos hábeis verdugos, que te encarceraram e te fizeram sofrer. Humilhado e enfermo, retornaste ao lar, quando foste visitado pelo Amigo-Amor que te convocou para diferente luta, cujas armas seriam a mansidão, a renúncia, o sacrifício.

Eras jovem e sonhador, trovador das noites estreladas e amigo da ilusão. No entanto, possuías uma tristeza invencível que nada conseguia diminuir. Dissimulavas a melancolia com a jovialidade, mas sabias que a tua vida não te pertencia, embora não entendesses a solidão interior que te macerava, preparando-te para a soledade entre todos pelo resto da tua existência. Mas quando ouviste o chamado do Cantor da misericórdia, todo o teu ser tremeu de emoção e perdeste o interesse pela existência convencional.

Começaste o despojamento, liberando-te das coisas, para poderes libertar-te de ti mesmo, a fim de te entregares a Ele por inteiro. Os teus não te compreenderam, mas os leprosos de Rivotorto te receberam as doações de pão, de paz, de carinho com lágrimas que os olhos da alma vertiam em abundância, na decomposição em que se consumiam. Mais tarde, outros solitários vieram unir-se à tua soledade, a fim de formarem o rebanho submisso ao cajado do Pastor. Ignorando a teologia, sabias o Evangelho na sua integral pureza, sem disfarces nem dissimulações, e saíste a vivê-lo, enquanto o pregavas com palavras simples e atos de coragem incomum.

Transformaste as noites festivas de cantos e banquetes em um perene poema de beleza, enaltecendo os irmãos Sol, Lua, Chuva, Pássaros, Lobo, Neve, enquanto o mundo de então te espreitava com desconfiança e desinteresse. Mas, o teu exemplo de abnegação continuo sensibilizando outros corações ansiosos de vida nova, que te passaram a acompanhar pelas estradas da Úmbria, albergando-se na Porciúncula modesta e desprovida de tudo, menos da ternura.

Quando menos esperaste, havia multidões que se comprimiam para ouvir as tuas canções de esperança e caridade, tocadas pela tua presença e a dos teus cancioneiros, tão desprotegidos como tu mesmo, no entanto amparados pelo Sublime Cantor. Irmão Francisco! Canta outra vez para nós o teu poema de amor, nestes calamitosos dias que vivemos! As noites da Terra já não são ricas de cações, mas de expectativas dolorosas. Os grupos juvenis raramente se reúnem para sorrir ou para os folguedos inocentes, e sim para a embriaguez alcoólica ou o envenenamento por drogas alucinantes. O enamoramento que procede à união dos corpos foi sucedido pela volúpia do sexo em desalinho e a posterior dilaceração dos sentimentos face ao abandono e às suas conseqüências perversas.

O relacionamento fraternal tem sido transformado em gangues violentas que se arremetem umas contra as outras em fúria desconhecida. A literatura gentil e cavalheiresca cede lugar à pornografia desabrida e às narrações de funestos acontecimentos. A música romântica transformou-se em vulcão de ruídos metálicos que induzem à loucura e à bestialidade. A poesia perdeu a inocência e a beleza, passando às arremeti-das de palavras sem nexo ou construções de palavras sem ritmo, sem rima, sem mensagem. É certo que ainda permanecem em alguns grupos o sentimento de amor, de fraternidade, de beleza e de harmonia, afirmando que nem tudo está perdido na grande noite adornada de ciência e de tecnologia, na qual as almas estorcegam sob os camartelos do sofrimento. Existe muito conforto para uns e nenhum para outros. Aliás, também nos teus dias era assim, razão porque preferistes os últimos, oferecendo-lhes carinho por faltarem outros recursos.

O progresso facilitou o intercâmbio entre as criaturas e propiciou o desenvolvimento da criminalidade e do ódio. Há grandeza, sim, na arte e no pensamento, na cultura e no sentimento, porém, a fé empalideceu e agoniza ante a predominância do comportamento hedonista que se espalha por toda a parte. O firmamento está cortado a cada momento por grandiosas naves conduzindo milhões de indivíduos de um para outro lado, com todo luxo e facilidade. Todavia, milhares de ogivas nucleares carregadas de bombas de alta destruição aguardam o simples movimento para dispararem suas cargas terríveis de desagregação de tudo.

Nesse pandemônio de alegrias e pavor, de riquezas e misérias, de esperanças e desencantos, há milhões de pessoas anelando por conhecer-te ou reencontrar-te, a fim de que a tua canção, Irmão da Natureza, as reconduza a Jesus a quem tanto amas! Volta novamente à Terra, Trovador de Deus, para que tua pobreza inunde de poder todos aqueles que acreditam na força de não ter nada, nas infinitas possibilidades da não-violência e no infinito amor do Pai!

Irmão Francisco: O teu irmão lobo transformou-se no monstro devastador de drogas que consomem a juventude, em especial, e a outros indivíduos, em particular. As lutas de cidades, umas contra as outras, ainda continuam e agora mais graves, na violência urbana. A poluição química da atmosfera, que ameaça a Terra, filha daquela de natureza mental e moral, lentamente destrói a Irmã Natureza que tanto amas. Homens dominadores e perversos ameaçam-se ainda através da política escravizadora das moedas que subjugam os povos que não têm voz no concerto das Nações poderosas. As vozes que proclamam a paz estão muito comprometidas com a guerra.

O mundo de hoje aguarda o retorno da tua Canção, pobrezinho de Deus, porque ela impregna as vidas com ternura, amor e paz. Iremos fazer um grande silêncio interior, preparar os caminhos e aguardar que tu chegues, simples e nobre como o lírio do campo, bom e doce como o mel silvestre, amigo e irmão como o Sol, para que tua voz nos reconduza de volta ao rebanho que te segue e levas ao Irmão Liberdade, que é Jesus.

Mensagem Irmão da Natureza, escrita em Assis, Itália, no dia 27 de maio de 2001.

22 março 2016

O Significado da Páscoa



Hoje venho falar-vos sobre esta festa que vocês chamam de Páscoa. Se hoje venho falar-vos é porque vocês ainda estão equivocados à cerca daquele que foi o vosso amado "Jesus". Existe certas informações que fazem vocês pensar que eu sou aquele que veio para vos castigar mas não foi isso que eu vim fazer, eu vim para vos instruir sim mas não de forma severa como vos foi incutido. Eu disse que era para fazer as coisas de forma harmoniosa e para tirarem os vossos bens mais preciosos como o amor e oferecer a quem necessita-se, usar os vossos sentimentos de amor e compaixão, esses sentimentos que estão dentro de vocês e depois irem a minha casa para aprender o que vocês precisavam de aprender porque isso iria beneficiar cada um de vocês e a todos em conjunto. Eu não disse que era fácil e muitos o sabem mas mesmo assim cada um já tem passado o que eu passei naquela época, porque agora já passaram 2000 anos do vosso tempo mas vocês continuam a ter as mesmas perseguições que eu, e  que vocês já tiveram naquele tempo. O que vocês precisam de aprender ainda é com o aprendizado que se tira da vossa vida cotidiana. Uns precisam de amor, outros de amor e outros de amor, então o aprendizado é: amai-vos uns aos outros para que todos possam ser unidos e agora a responsabilidade é conjunta porque o desejo  de vocês  ainda é o de colocar a verdade no que foi desordenado por alguns daquela época e ainda desta. Organizar as informações ainda é uma das minhas principais prioridade porque agora cabe a mim elucidar mais uma vez a vossa mente. 
O que vocês comemoram nesta época e que vocês chamam de Páscoa não foi a minha  ressurreição e sim a minha ascensão, que não foi mais que um desenlace físico para o corpo fluídico á qual por lá passarão um dia se assim o decidirem. Esta minha passagem pela terra teve como exemplo mostrar-vos a verdadeira forma de ascensão para um corpo de luz porque muitos precisavam de saber como é o processo de ascensão para um corpo de luz. Para além de existir a transmutação física de cada um também existe a acenão espiritual de cada um aí onde estais sem que haja um desenlace. Quero que saibam que nem todos os fatos da história que vos contaram estão fundamentados na verdade. Há que verificar os reais fundamentos desses fatos que tentaram vos contar, e também precisam saber que transformaram esta história em um culto ao meu sofrimento e isto os fez sentirem-se culpados, com medo de um consequente castigo, isso também os fez sentir na “obrigação” de sofrerem em suas realidades o que não era para sofrer. Vocês ainda hoje pensam que quando fazem algo com sacrifício estão redimindo-se de pecados e isso também não é verdade. Mas eu lhes pergunto: Quais são os vossos pecados? Voltem no tempo, dentro das vossas mentes, onde todos os registos estão armazenados, coloquem-se acima do ego e poderão sentir aquilo que realmente foi a vossa vida naquela época. Vocês ainda são o que são porque são os mesmos de outrora mas mais sutilizados

Cada um acreditou um pouco em algo que não é verdade mas eu sabia que um dia me compreenderiam e este é o momento propício para esse entendimento porque vocês agora estão mais aptos ao entendimento através das vossas vivencias ao longo destas eras. Vocês sutilizaram as vossas mentes, vocês estão quase prontos, então vamos aguardar o momento de cada um terminar o que veio aqui fazer que foi fazer o que eu fiz, sutilizei porque já vim com a consciência para o proposito que me foi designado por Deus, que foi orientar-vos. Os que estão prontos para abandonar o que sobra do ego e da crença que vos limita agora estão mais aptos, eu ainda aqui estou e vou continuar acompanhar os passos daqueles que ainda querem fazer o processo do despertar. Eu disse que podiam mudar a vossa história e lembro-lhes que de onde eu os vejo não há tempo nem limites. Para mim tudo aconteceu à apenas um único minuto atrás e mesmo assim eu estou aqui. A distância do espaço tempo que vos separa de mim é o mesmo que me separa de vocês, então não existe essa distancia tão longa. Eu vos acompanho o tempo todo, embora muitos ainda não consigam compreender esta nomenclatura que é o espaço de tempo da vossa física quântica. 

Qual é a mensagem para hoje então?!  A Minha mensagem ainda é a mesma, que vocês se motivem para o despertar interno e que este despertar contribuía na vossa transformação que a cada dia vai iluminar a vossa essência. 

Como canal: Matéria Sublime

18 março 2016

Conceitos Incorretos


O ser humano, imaturo psicologicamente, sofre a angústia das incertezas quanto à sua conduta no grupo social em que se encontra. A sua insegurança leva-o, não poucas vezes, a comportamentos dúbios, destituídos de significado equilibrador. Sentindo-se sem condição para exteriorizar a realidade que o caracteriza, procura agradar aos demais, sufocando as próprias aspirações e assumindo posturas que não condizem com a sua forma de ser. Torna-se espelho, no qual refletem as outras pessoas, perdendo a própria identidade e derrapando em conflitos ainda mais inquietadores. Supondo que essa seria uma forma de encontrar apoio social e emocional, descaracteriza-se e termina por não corresponder ao que espera como êxito, porque por outro lado, as demais criaturas são também muito complexas, inseguras, e aquilo que em determinado momento as satisfaz já não corresponde ao verdadeiro em outra oportunidade. Os relacionamentos degeneram e as suspeitas substituem a aparente estima antes existente, com resultado desgastante para ambas as partes.

Nessa situação, o indivíduo assume a atitude agressiva, mediante a postura de desvelar-se conforme é, esquecendo-se de diluir a insegurança e o dissabor, tornando-se, por isso mesmo, uma presença desagradável no meio social, que aguarda valores compensadores para a convivência saudável, quanto possível, que redunde em bem-estar e harmonia geral.

Essa criatura não sabe realmente o que deseja, para onde ruma e como se comporta, porquanto se encontra em estado de sonambulismo com flash de lucidez, que logo retorna ao nível de entorpecimento.

Preocupado com as demais pessoas, esquece-se de si mesmo, desvalorizando-se ou agredindo, quando deveria simplesmente despertar para a sua realidade e a que predomina no lugar em que se encontra. No entanto, nesse torpor robotiza-se, deixando- se conduzir pelas regras que lhe são impostas, mesmo não satisfazendo às exigências e necessidades que lhe são peculiares, ou seguindo o curso das tradições que nada têm a ver com seu objetivo, ou vitimado por hábitos que são resultantes de heranças anteriores sem nenhuma vinculação com o seu modo de ser, assim deixando-se massificar pela mídia extravagante e dominadora ou pelo grupo social que o asfixia... Ele desejaria ser membro atuante desse grupo, que o repele, ou ele próprio se exila, por não haver compreendido a sua função existencial. Tornasse-lhes, então, indispensável o despertar real, através de uma reflexão em torno dos acontecimentos e das suas aspirações, a fim de situar-se em paz no contexto humano e ser livre, sem exibicionismo narcisista ou timidez depressiva.

O apóstolo Paulo, agindo de forma psicoterapêutica, por observar o letargo em que se encontravam os indivíduos do seu tempo, que reflete o nosso tempo atual, proclamou:
— Desperta, ó tu que dormes, levanta-te entre os mortos e o Cristo te esclarecerá., conforme se encontra na sua admirável carta aos Efésios, no capítulo cinco, versículo quatorze, e a que já nos referimos anteriormente.

O sono produz a morte do raciocínio, da lucidez, do compromisso elevado com o próprio Si, e como Cristo é discernimento, proposta de vida, conhecimento, é necessário permitir-se a sintonia com Ele, a fim de viver em claridade e sempre desperto para a vida. O processo de libertação impõe alguns requisitos valiosos para culminar o propósito, como tais: indagar de si mesmo o que realmente deseja da existência física, como fazer para se identificar com os objetivos que persegue, e avaliar se as ações encetadas levarão aos fins anelados. Trata-se de um empenho resoluto, que não deve estar sujeito às variações do humor, nem às incertezas da insegurança. Estabelecida a meta, prosseguir arrostando as consequências da decisão, porque todo ideal custa um preço de esforço e de dedicação, um ônus de sacrifício.

Libertar-se das bengalas psicológicas de apoio para as dificuldades constitui um passo decisivo no rumo da vitória. Da mesma forma, a vida exige que o indivíduo se libere da autocomiseração, que lhe parecia um mecanismo de chamar a atenção das demais pessoas, que assim passariam a vê-lo como um necessitado, portanto, alguém carente de afetividade. O mundo real não tem lugar para a compaixão nos moldes da piedade convencional, que não edifica, nem proporciona dignidade a ninguém. Na grande luta que se trava, a fim de que a espécie mais forte sobreviva imposta pela própria Natureza, os fracos, os tímidos, os inseguros, os de comportamento infantil e apiedados de si mesmos ficam à margem do progresso, cultivando os seus limites, enquanto o carro da evolução prossegue montanha acima.

Não tem a criatura motivo para a autocompaixão. Esse comportamento paranoico é injustificável e resulta da aceitação da própria fragilidade, que trabalha pela continuação de dependência dos outros, o que é muito cômodo, no campo dos desafios morais. Esse falso conceito de aguardar que os demais o ajudem, apenas porque se apresenta fraco, não tem ressonância no ser saudável, que desfruta de lucidez para enfrentar as vicissitudes que desenvolvem a capacidade de luta e de empreendimentos futuros. O indivíduo faz-se forte porque tem fortaleza interior aguardando o desabrochar da possibilidade. A sua carga emocional deve ser conduzida e liberada, à medida que as circunstâncias lhe permitam, entesourando os recursos de realização e crescimento que estão ao alcance de todos os demais seres.

Nos relacionamentos humanos, somente aqueles que oferecem segurança e alegria proporcionam renovação e entusiasmo para o ser consciente. Aprofundar reflexões, em torno do que é e do que parece ser, constitui proposta de afirmação da identidade e libertação dos mecanismos de evasão da realidade.

Livro Vida