Vivi muitas vidas e nas mais diversas formas me transformei. Subi e desci aos mundos mais densos e atrasados, aos mais sutis e desenvolvidos nas suas estruturas energéticas.
Sofri, chorei e ri. Senti o fel da amargura e o néctar, o mel da felicidade.
Dancei com as flores, bailei com o vento. Senti o perfume do amor penetrar até me invadir e arrebatar no fogo da paixão.
Caminhei por caminhos difíceis, escuros e claros; muitas vezes, querendo encurtar distancias, conduzi-me por atalhos e caí em buracos, em precipícios que me pareciam, no momento intransponíveis.
Muitas vezes chorei com os aflitos, com os que sofriam, porque a dor de meus companheiros, de meus irmãos, era também a minha dor.
Matei a sede dos sequiosos de corpo e espírito. Dei de comer a quem tinha fome de espírito. Levei a Luz para o meio das trevas, o Amor para o meio do ódio, a Paz para onde havia a guerra. A Sabedoria espalhei onde só havia a ignorância. Dei a minha mão a quem me pedia ajuda com as suas estendidas.
Levei a Esperança numa vida melhor e eterna àqueles que já a tinham perdido.
Dei Fé àqueles que não tinham.
Abri meu coração para os solitários morarem nele e aí encontrem um amor puro e universal para todos, para que nunca mais se sentissem sós.
Curei os doentes de corpo e mente.
Lavei as feridas dos leprosos.
Dei harmonia e compreensão àqueles que estavam em desordem e desequilíbrio em suas mentes e estados emocionais.
Aprendi a sabedoria no grande livro da vida eterna.
Meus corpos morriam e desapareciam pois eram feitos de barro e pó, mas meu Espírito, minha Chama Divina, sempre saia do meio das cinzas e revivia de novo em cada existência.
No meu rosário de vidas, fui compreendendo e assimilando que, quanto mais eu dava aos outros, quanto mais eu servia e ajudava a evolução individual e coletiva, mas evoluía, mais ascendia, mais meus horizontes espirituais se estendiam, até que atingi o infinito de mim mesma. Então, minha chama Divina fundiu-se no três em um, e nesse momento em que compreendi a unidade do tempo impossível de ser cronometrada, o verbo surgiu, a Voz do Eterno entrou por toda a parte, meus corpos de momento foram acometidos de uma energia que aumentava gradualmente de intensidade; alguma coisa desencadeou-se em mim; meus átomos pesados e sutis tinham entrada numa reação em cadeia, aparentemente, e de momento incontrolável. Nessa fração de tempo, milhões de pensamentos e formas sutis iam e vinham, mas o momento da paz interior estava sobre os meus ombros, e nesse instante minha consciência divina explodiu. Só então compreendi que o meu Espírito Divino, aprisionado durante milhões de anos, tinha se libertado: Eu havia atingido a iluminação.
Quando tudo terminou, parecia que meu corpo era o infinito, e eu sentia cada estrela e cada planeta se moverem em suas órbitas; sentia em mim a flor crescer, a água correr, o vento soprar, animal saltar, os seres humanos chorarem e rirem, seus corações pulsarem, suas mentes pensarem e suas paixões devorarem. Sentia a dor dilacerar a carne, sentia a fome dos famintos, a ansiedade dos gananciosos, a maldade dos destruidores, a bondade dos amorosos, a sede de busca dos caminheiros da senda oculta, milhões de sentimentos num só, tudo se passando em velocidade que não se pode medir.
Eu sabia de tudo, sem querer saber de nada. Minha consciência já não era ocupada pelo espaço à minha volta: ela havia se fundido com a Consciência Cósmica Universal. Então, foi quando reparei que não estava só: milhões de luzes cintilavam à minha volta como se fossem um grande mar de luz, e eu nada mais era do que uma gota desse mar.
Quando tomei consciência, ou melhor, dei-me conta dessas gotas de Luz à minha volta, como que por mágica, vi-me diante de milhões de seres, todos com corpos iguais ao meu, ou seja, todos iluminados. Meu corpo era Luz, eu já era a própria Luz, eles eram também a Luz e, nesse instante, vi que diante de mim estavam todos os Mestres da Sabedoria Universal, os seres iluminados, os orientadores e guias de todos os povos, e eu tinha me tornado um deles pela minha ação, pelo meu serviço em direção aos outros meus companheiros e irmãos, auxiliando-os na sua evolução individual e coletiva.
Mas essas luzes, todos esses Mestres do Espírito eram como átomos de um Grande Corpo Cósmico, e esse Corpo Cósmico, do qual eu me tornei também um átomo, era um veiculo de um Ser Cósmico, o Ser Universal sem nome, O Pai, A vontade Divina Cósmica.
Vós sois como átomos perdidos e estais voltando ao ponto de partida. Antes éreis inconscientes, mas quando voltardes e vos unirdes aos outros átomos cósmicos já sereis conscientes, fareis parte da Grande Consciência Cósmica.
Irmãos e companheiros, vos dei a minha experiência vivida e sentida a cada instante para que possa servir para um esclarecimento melhor da verdadeira vida espiritual.
Espero que todos aqueles que lerem as minhas palavras possam assimilar a minha experiência e que ela seja útil e impulsione um continuo desenvolvimento espiritual, a evolução individual e coletiva. Ficarei feliz se a minha experiência for útil para todos.
Com muito Amor para todos os filhos da Terra.
Canal: Protegido
Canal: Protegido
1 comentário:
Muito bom. Muito ilustrativo.
Valeu.
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