Resposta dada pelos Espíritos Superiores à Allan Kardec na q. 1 de «O LIVRO DOS ESPÍRITOS».
Há dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas.
Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal.
Mas ao elemento material se tem que juntar o FLUIDO UNIVERSAL, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela.
Embora,
de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento
material, ele se distingue deste por propriedades especiais.
Se o FLUIDO UNIVERSAL fosse simplesmente matéria, não haveria razão para que o Espírito não o fosse também.
O FLUIDO UNIVERSAL está colocado entre o Espírito e a matéria;
Espírito Fluido Universal Matéria
[----------------------I-----------------------]
É
fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis
combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita
variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima.
Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”
Esse fluido é suscetível de inúmeras combinações. O que chamamos de fluido elétrico, fluido magnético,
são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando,
senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar
independente.
Elementos fluídicos
O
FLUIDO CÓSMICO UNIVERSAL é a matéria elementar primitiva, cujas
modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos
corpos da Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distinto
- Eterização ou imponderabilidade - primitivo estado normal
- Materialização ou de ponderabilidade - consecutivo ao estado normal primitivo
O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível.
Mas ainda aí não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados.
Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo.
Como porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em
contacto, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem
simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber
os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio
espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no
estado de Espírito.
A denominação de fenômeno psíquico exprime com mais exatidão o
pensamento, do que a de fenômeno espiritual, dado que esses fenômenos
repousam sobre as propriedades e os atributos da alma, ou, melhor, dos
fluidos perispiríticos, inseparáveis da alma. Esta qualificação os liga
mais intimamente à ordem dos fatos naturais regidos por leis; pode-se,
pois, admiti-los como efeitos psíquicos, sem os admitir a título de
milagres. No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme
Sem
deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais
numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas
modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do
mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos
fenômenos peculiares ao mundo invisível.
Dentro
da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que
também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos
tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as
substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para
produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus
materiais, ainda que por processos diferentes.
Lá,
porém, como neste mundo, somente aos Espíritos mais esclarecidos é dado
compreender o papel que desempenham os elementos constitutivos do mundo
onde eles se acham. Os ignorantes do mundo invisível são tão incapazes
de explicar a si mesmos os fenômenos a que assistem e para os quais
muitas vezes concorrem maquinalmente, como os ignorantes da Terra o são
para explicar os efeitos da luz ou da eletricidade, para dizer de que
modo é que vêem e escutam.
Os
elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos
de análise e à perceção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a
matéria tangível e não a matéria etérea. Alguns há, pertencentes a um
meio diverso a tal ponto do nosso, que deles só podemos fazer ideia
mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um
cego de nascença procura fazer ideia da teoria das cores.
Mas,
entre tais fluidos, há os tão intimamente ligados à vida corporal, que,
de certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de observação
direta, seus efeitos podem observar-se, como se observam os do fluido do
imã, fluido que jamais se viu, podendo-se adquirir sobre a natureza
deles conhecimentos de alguma precisão. É essencial esse estudo, porque
está nele a chave de uma imensidade de fenômenos que não se conseguem
explicar unicamente com as leis da matéria.
A pureza absoluta, da qual nada nos pode dar idéia, é o ponto de partida do fluido universal;
O ponto oposto é o em que ele se transforma em matéria tangível.
Entre
esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações, mais ou menos
aproximadas de um e de outro. Os fluidos mais próximos da materialidade,
os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode chamar a
atmosfera espiritual da Terra.
É desse meio, onde igualmente vários são
os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste
planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências.
Por muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam
por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluidos
etéreos das regiões superiores.
O
mesmo se dá na superfície de todos os mundos, salvo as diferenças de
constituição e as condições de vitalidade próprias de cada um. Quanto
menos material é a vida neles, tanto menos afinidades têm os fluidos
espirituais com a matéria propriamente dita.
Não é rigorosamente exata a qualificação de fluidos espirituais, pois que, em definitiva, eles são sempre matéria mais ou menos quintessência. De realmente espiritual, só a alma ou princípio inteligente.
Dá-se-lhes essa denominação por comparação apenas e, sobretudo, pela
afinidade que eles guardam com os Espíritos. Pode dizer-se que são a
matéria do mundo espiritual, razão por que são chamados fluidos
espirituais.
Quem
conhece, aliás, a constituição íntima da matéria tangível? Ela talvez
somente seja compacta em relação aos nossos sentidos; prová-lo-ia a
facilidade com que a atravessam os fluidos espirituais e os Espíritos,
aos quais não oferece maior obstáculo, do que o que os corpos
transparentes oferecem à luz.
Tendo
por elemento primitivo o fluído cósmico etéreo, à matéria tangível há
de ser possível, desagregando-se, voltar ao estado de eterização, do
mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se
em gás impalpável. Na realidade, a solidificação da matéria não é mais
do que um estado transitório do fluido universal, que pode volver ao seu
estado primitivo, quando deixam de existir as condições de coesão.
Quem
sabe mesmo se, no estado de tangibilidade, a matéria não é suscetível
de adquirir uma espécie de eterização que lhe daria propriedades
particulares? Certos fenômenos, que parecem autênticos, tenderiam a
fazer supô-lo. Ainda não conhecemos senão as fronteiras do mundo
invisível; o porvir, sem dúvida, nos reserva o conhecimento de novas
leis, que nos permitirão compreender o que se nos conserva em mistério.
Sobre a palavra FLUIDO
e também SEMIMATERIAL
"Semimaterial, isto é, de natureza intermédia..." (entre o material e o espiritual)
O Livro dos Espíritos q. 135.a
É uma questão de palavras que pouco nos importa desde que vos entendais.
Resposta de um espírito a Allan Kardec in O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XIX:
O perispírito é o laço que à matéria do corpo prende o Espírito, que o tira do meio ambiente, do fluido universal. Contém ao mesmo tempo da eletricidade, do fluido magnético e, até certo ponto, da matéria inerte. Poder-se-ia dizer que é a quintessência da matéria.
O Livro dos Espíritos – item 257 (Ensaio Teórico sobre a sensação nos Espíritos) - obra codificada por Allan Kardec
Se diz que o perispírito é semimaterial porque pertence à matéria pela sua origem (Fluido Universal) e à espiritualidade
pela sua natureza etérea. Por sua natureza e em seu estado normal o
perispírito é invisível, porém, ele pode sofrer modificações que o
tornem perceptível e até tangível, ou seja, possível de ser visto e
tocado.
"A
epistemologia é, como o nome indica, o estudo ou ciência do
conhecimento. Dois dos grandes problemas da epistemologia são o das
"fontes" do conhecimento (quais os processos pelos quais o adquirimos,
em que ele se fundamenta) e o da sua extensão (quais as coisas que podem
ser conhecidas e quais as que não podem). Ao longo da história da
filosofia, esses dois problemas epistemológicos quase nunca foram
tratados separadamente, já que há conexões entre eles. Porém, para fins
de análise a distinção é útil, (..)"
…o
Espiritismo e a Ciência tratam de domínios diferentes de fenômenos: o
primeiro dos relativos ao elemento espiritual, a segunda daqueles
concernentes ao elemento material. Têm, portanto, métodos específicos e
objetivos distintos, não cabendo, pois, julgamentos recíprocos.
O Espiritismo é uma ciência que tem como objeto de estudo o elemento espiritual.
Um Diálogo Fraterno sobre Ciência & Espiritismo
…a estruturação do paradigma se faz em uma linguagem específica…
Se
uma idéia é puramente espírita, isto é, pertence e está ligada apenas
ao paradigma espírita a explicação da idéia proposta só depende dos
conceitos pertencentes ao Espiritismo.
Si
una idea es puramente espírita, esto es, pertenece y está ligada sólo
al paradigma espírita la explicación de la idea propuesta sólo depende
de los conceptos pertenecientes al Espiritismo.
Alexandre Fontes da Fonseca
Um Diálogo Fraterno sobre Ciência & Espiritismo
FLUIDO: Esta palavra é utilizada na Física e no Espiritismo com sentidos bem diferentes. No século XIX, fluido,
em Física, era empregado para designar materiais capazes de penetrar
pelos vazios da matéria e de se escoar. A eletricidade, o calor, a luz
etc., eram tidos como fluidos, além dos gases e líquidos em geral (ar,
água etc.). Posteriormente estas idéias foram abandonadas pelos físicos,
passando o termo fluido a designar somente os gases e os
líquidos em geral, e não mais a eletricidade, o calor, a luz etc. Nessa
época, século XIX, Kardec, fazendo uma analogia dos "materiais"
mencionados e manuseados pelos espíritos, com a eletricidade (então
caracterizada pelo fluido elétrico), denomina-os de fluidos, às vezes adjetivados ou não, como o chamado fluido magnético,
para designar o fluido utilizado pelos magnetizadores. Com o abandono
do termo pelos físicos para caracterizar a eletricidade, o calor etc., o
termo fluido introduzido por Kardec tornou-se interessante, sem
perigo de confusão, pois o significado atualmente utilizado em Física
não tem com ser confundido com o significado utilizado pelo Espiritismo.
Parece que Kardec adivinhou …
Aécio Pereira Chagas
Polissemias no Espiritismo
As
palavras são meros símbolos para a expressão de conceitos; se estes não
encontrarem respaldo em uma teoria científica coerente, abrangente e
empiricamente adequada (isto é, adaptada aos fatos), de nada adiantará
modificá-las. Por outro lado, uma teoria científica não será
substancialmente alterada pela modificação de seu vocabulário.
Questões a cerca da natureza do Espiritismo - II
“Há o laço que liga a alma ao corpo.”
135.a) - De que natureza é esse laço?
“Semimaterial, isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo.
É preciso que seja assim para que os dois se possam comunicar um com o
outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e
reciprocamente.”
NOTA DE A. KARDEC - O homem é, portanto, formado de três partes essenciais:
1o - o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2o - a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação;
3o - o
princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que
serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tais, num fruto, o gérmen, o perisperma e a casca.
(O Livro dos Espíritos - q. 135, 135a e ver também logo após nota de A. K - obra codificada por Allan Kardec)
Este e outros estudos
estão disponíveis para leitura no
PORTAL
A ERA DO ESPÍRITO
---------
Esta mensagem eletrônica foi enviada para você
com as melhores vibrações
de paz e amor
Sem comentários:
Enviar um comentário